sábado, 24 de setembro de 2011

Porto em Jaconé agora é realidade

Porto em Jaconé agora é realidade

O porto ficará ao lado das beachrocks de Jaconé, importantes registros geológicos que compõem o Geoparque que está sendo criado no Rio de Janeiro, entre Maricá e Campos. Foto: Edimilson Soares
O porto ficará ao lado das beachrocks de Jaconé, importantes registros geológicos que compõem o Geoparque que está sendo criado no Rio de Janeiro, entre Maricá e Campos. Foto: Edimilson Soares
Por: Alexandra Lambraki
Após a descoberta do Pré-sal, a Petrobrás alterou o projeto inicial do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), em construção em Itaboraí, que faria a produção de matéria prima petroquímica, com o óleo pesado da bacia de Campos. Nesta mudança, ficou definido o gás como matéria prima básica, utilizando o gás natural dos poços do Pré-sal para a produção de etano. A partir daí, muito se falou sobre um Pólo Naval em Jaconé, no município de Maricá. Em julho, finalmente, foi divulgada a venda da área de 557,2 mil m2, que pertencia à Brookfield e anteriormente à Édem Country Clube, do jornalista Roberto Marinho – para a DTA Engenharia, que colocou de vez um ponto final no sonho de ter uma área de lazer, um parque ou um resort, naquele costão entre Jaconé e Ponta Negra.
Com sede em São Paulo, a DTA Engenharia é especializada em hidráulica, marítima e fluvial, dragagem, desassoreamento, derrocagem, subaquática, enrocamentos, molhes, obras de proteção, marinas, portos e hidrovias, trabalha para a Petrobras e constam em seu currículo mais de 100 clientes, entre estes: Docas do RJ, Paraíba, Ceará, Bahia, Espírito Santo, Pará, Porto de Santos, Vale S/A, Andrade Gutierrez, Vitol S/A, em Genebra, na Suíça, entre outros gigantes nacionais e internacionais. A DTA tem vinculação inclusive com o mega empresário Eike Batista, que está construindo em São João da Barra o complexo do Porto do Açu, que será um dos 3 maiores do mundo!
Nas últimas semanas, medições tem sido feitas por engenheiros da DTA em Jaconé para estudo do novo traçado do gasoduto que irá escoar a produção para o Comperj, em Itaboraí. O Complexo Naval de Jaconé está prestes a acontecer e, com ele, é possível que venham também consequências danosas para Maricá, com impactos em Saquarema. O crescimento desordenado, urbanístico e sócioeconômico, por exemplo, poderá trazer cenas indesejáveis e previstas, como latrocínios e assaltos. Virá o caos para um município que tinha tudo para ser um pólo turístico?
Até hoje não se cogitou em planejamento para enfrentar os problemas que serão gerados por este complexo portuário que, dizem, inclui também um estaleiro e um gasoduto. Maricá não tem infraestrutura para abrigar os operários que virão. Não tem saneamento básico; o único hospital de Maricá foi terceirizado. Maricá não tem sequer uma rodoviária decente para ônibus intermunicipais. As ruas do município continuam de chão batido. Virão os operários trazendo suas famílias. Haverá um inchaço inicial de milhares de trabalhadores que ficarão sem emprego, após o término da obra, somados aos que virão também para as indústrias. Maricá não tem condições para um despertar desta amplitude. Uma verba de R$ 400 milhões foi liberada para melhorar a infra-estrutura de Maricá. Mas esta verba vai resolver tudo?
Enquanto isto, em Saquarema, o deputado Paulo Melo, presidente da Assembléia Legislativa, filho da terra, há anos vem construindo, em todos os sentidos, um futuro promissor para sua gente. Quase todas as ruas dos principais bairros do município estão asfaltadas. O Posto de Saúde de Sampaio Correia é digno de elogios, entre outros postos do município. Para saneamento básico, tratamento de esgoto, instalações de rede de drenagem e tratamento de lixo, foi assinado um termo de cooperação com o governo do estado e 8 prefeituras da Região dos Lagos para execução das obras. Ainda com parceria do governo estadual, está sendo construída a maior escola profissionalizante do Rio de Janeiro, com 13 mil m2, 28 salas de aula, 18 laboratórios, auditório para 300 pessoas, pátio coberto, refeitório, quadra poliesportiva coberta, campo de futebol society, piscina semiolímpica, pista de atletismo… Enfim, Saquarema é um município que está se preparando para o amanhã.

Bacaxá, o centro financeiro de Saquarema

Bacaxá, o centro financeiro de Saquarema

Rua Professor Francisco Fonseca, o coração de Bacaxá

A Rua Professor Francisco Fonseca, quando era de terra batida e desembocava na antiga estação de trem, onde hoje fica a Praça Santo Antônio. Foto do livro Raízes de Minha Terra, de Herivelto Bravo Pinheiro.
A Rua Professor Francisco Fonseca, quando era de terra batida e desembocava na antiga estação de trem, onde hoje fica a Praça Santo Antônio. Foto do livro Raízes de Minha Terra, de Herivelto Bravo Pinheiro.
A palavra Bacaxá vem do tupi-guarani “ybacaaxa”, que significa fruta assada, segundo o dicionarista Teodoro Sampaio, em sua obra Tupi na Geografia Nacional. Situado em parte do terreno da Fazenda do Mandingueiro, propriedade do capitão mor Antônio dos Santos Silva, mais tarde passou a pertencer a Dona Maria Thereza de Sá Freire. Segundo o escritor Darcy Bravo, em texto inédito publicado no livro Raízes de Minha Terra, do pesquisador Herivelto Bravo Pinheiro, editado pela Tupy Comunicações, Dona Maria Thereza casou-se com o capitão mor Francisco de Macedo Freire de Azevedo Coutinho. O casamento realizou-se em Bacaxá.

Passado

 Seu Quinca, apelido de Joaquim Costa, que além de grande negociante foi prefeito de Saquarema.
Seu Quinca, apelido de Joaquim Costa, que além de grande negociante foi prefeito de Saquarema.
O nome do 2º Distrito, criado em 1891, se deve ao rio que nasce na Serra do Palmital, correndo para o sul e que desemboca na Lagoa de Saquarema. Em 1911, foi inaugurada a estação de trem de Bacaxá. Aí começou a evolução da localidade que já era um entroncamento de antigas vias públicas, entre elas as que faziam a ligação entre a Serra do Matogrosso, Rio Bonito e Araruama com a Vila de Saquarema.  Em 1938, o lugarejo passou a se chamar Vila de Bacaxá e tornou-se sede do antigo distrito de Palmital. O posto da agência telegráfica foi inaugurado em 1943. E a primeira farmácia era uma pequena loja do senhor José Carlos da Fonseca Ramos.
A mais antiga loja da rua, onde era o Bazar Nunes.
A mais antiga loja da rua, onde era o Bazar Nunes.
Remanescente dos primeiros comerciantes locais, Seu Simeão abriu uma das primeiras lojas na Rua Professor Francisco Fonseca, o antigo Bazar Nunes, hoje Depósito de Doces Cosme e Damião. Depois vieram as Lojas Costa, com uma tradição de bom atendimento que passa de geração em geração. Seu Zé Pereira, também estabeleceu ali o ponto central de seus negócios. Seu Totonho (Antônio Pereira de Mello) chegou em 1967 e instalou a famosa Casa Santos, de material de construção. A primeira casa de noivas da cidade surgiu nesta rua há mais de 30 anos, inaugurada pela modista Creuza. É como Gil Modas, uma tradição no comércio local, sem falar nas duas peixarias, que resistem ao tempo. Ainda permanecem na rua outras testemunhas da época, como por exemplo Edilene Mendonça do Restaurante 56, o casal Jurandir e Nurimar da Ju & Nu, o Eduardo da Mako’s e o casal Elisia da Estação Criança e o oftamologista Dr. Saint Clair, de tradicional família da cidade.
Seu Totonho, um dos pioneiros.
Seu Totonho, um dos pioneiros.

Presente

Luciana, da Hot Girl.
Luciana, da Hot Girl.
Parte desta memória coletiva está numa série de fotos da rua feitas pelo genial fotógrafo Gildésio, pai do Gil, dono da Colorgil, a maior e mais completa loja de fotografias do município. Novos empresários, como Sérgio da Cacau Show, Luciana da Hot Girl, Simone e Ézio da Casa do Biscoito, Eduardo da 900 Graus, Ailton da Solmar Colchões, Mara da Liliputi, César do Perfil Cabelereiros, Elaine da Planet  Info, Luciano e Míriam do Curso Itens, André Romano da DGA Informática, Ana Cláudia do Portal do Prazer e Dudu do Som e da Rádio Mix, entre outros, são exemplos desses comerciantes guerreiros que trabalham dia e noite, durante a semana e feriados, atendendo os consumidores da cidade e adjacências, porque muitos consumidores de outros municípios vêm a Bacaxá para fazer compras.
Sérgio, da Cacau Show
Sérgio, da Cacau Show
Considerado um verdadeiro shopping a céu aberto, o comércio da Rua Professor Francisco Fonseca tomou um vulto tão grande que o SEBRAE-RJ, em parceria com a Prefeitura Municipal, está promovendo o concurso “Melhor Vitrine Saquarema/2009”. Os quesitos que serão julgados são: criati-vidade, beleza, originalidade e inovação. Também haverá premia-ção para a vitrine que tiver mais votos do júri popular, cujas cédulas estão sendo depositadas em urna disponível na Praça Santo Antonio. Veja nas páginas centrais o nosso guia de compras para o Natal, na Rua Professor Francisco Fonseca. E, desde já, desejamos Boas Festas!